Como aconteceu a reforma

O grande Hilaire Belloc foi provavelmente o historiador católico mais famoso e influente dos dois últimos séculos. Sua admirável compreensão do papel central da Fé Católica na formação da Civilização Ocidental – desde a época de Cristo até os nossos dias – tem até a hoje a capacidade de abrir os olhos de muitas pessoas.

Hilaire Belloc nasceu em 1870, em La Celle, St. Cloud, França. Seu pai, francês, foi um renovado advogado; sua mãe era inglesa. Depois da morte de seu pai, a família se mudou para a Inglaterra. Hilaire prestou o serviço militar na França e, depois de voltar para a Inglaterra, entrou para o Balliol College, em Oxford, onde se graduou em história com menção de honra. Conta-se que sua ambição era reescrever a história católica de suas duas pátrias, França e Inglaterra. Em 1896, ele se casou com Elodie Hogan, de Napa, Califórnia. Seu matrimônio foi abençoado com quatro filhos (dois meninos e duas meninas).

Ao longo de um período de 50 anos – até sofrer um derrame em 1946 – Belloc escreveu mais de cem livros sobre história, economia, ciência militar e viagens, além de novelas e poemas. Também escreveu centenas de artigos para revistas e jornais. Foi membro da Câmara dos Comuns e editor um jornal chamado Eye-Witness.

Como historiador, Belloc é em grande medida responsável por ter corrigido a outrora quase universal interpretação progressista da história britânica, a qual atribuía a grandeza da Grã-Bretanha a sua herança anglo-saxônica e protestante.

Belloc visitou os Estados Unidos diversas vezes como palestrante convidado da Notre Dame University e da Fordham University. Alguns de seus livros mais famosos são As Grandes Heresias, Survivals and New Arrivals (uma espécie de sequência do primeiro), The Path to Rome, Characters of the Reformation e Como Aconteceu a Reforma. Hilaire Belloc morreu em 1953, deixando um grande legado de compreensão da verdadeira inspiradora da Civilização Ocidental: a Igreja Católica (embora nem sempre isso seja reconhecido).

Trecho do livro:
“Era uma disputa entre duas forças. De um lado estava o instinto que todos temos: o de que a Europa é católica e, se não viver como católica, perecerá; o instinto de que na anárquica rebelião religiosa estava o risco de morte de nossa arte, de nossa cultura e daquilo de que procedem: nossa perspectiva religiosa. Por outro lado, havia surgido um ódio intenso, feroz e crescente à Missa, ao Santíssimo Sacramento e a todo esquema transcendental; um ódio tão grande que, apesar de todas as inúmeras diferenças, todos os que o sentiam haviam estabelecido uma aliança. Esse ódio alimentou uma legítima indignação popular contra a corrupção do clero, particularmente contra as suas reivindicações financeiras. Mas o ódio era muito mais antigo do que qualquer problema do medievo tardio; ele era tão antigo quanto a presença da Igreja Católica neste mundo.”